Se consegues ler este texto, Parabéns! Tens o previlégio de viver numa das épocas mais fascinantes da História da Humanidade. Sim, tu és um daqueles por quem, durante tantos milénios, tantos estiveram à espera. É tua responsabilidade, já que sabes ler e te cruzaste com este texto, usar o espaço entre as tuas orelhas para o interpretar, discutir ou contrariar.
Cabe-me também alertar-te para o programa espacial a que deves dar início o quanto antes e que te permitirá lançares-te à conquista do espaço mais importante em todo o universo: esse espaço entre as tuas orelhas! Porque essa é a distância exacta entre a pessoa que és a aquela que desejas ser.
Hoje vivemos um tempo em que as crises se sucedem e se multiplicam em intensidade e poder devastador. Sejam as crises humanitárias, as crises migratórias, as crises dos combustíveis, as crises de extinção de recursos e vida, as crises económicas, as crises entre religiões, as crises armadas, a crise da sobrepopulação, a crise das alterações climáticas, enfim, ao que parece a nossa espécie adora viver "em crise".
A palavra chinesa para "crise" é "weiji" ou "weichi" e é inúmeras vezes usada em palestras e textos motivacionais por ser constituida por duas ideias-chave: risco e oportunidade! Contudo, o sinólogo Victor H Mair sugere que "ji" ou "chi" significa antes "ponto crucial" ao invés de "oportunidade". Uma crise é sempre um momento disruptivo.Vamos aqui assumir que há uma relação forte entre "oportunidade" e "ponto crucial" e que todas estas crises que amamos viver nos oferecem a oportunidade de, num ponto crucial, procedermos às necessárias (e dolorosas) renovações pessoais e sociais.
Para avaliarmos correctamente as oportunidades que se nos colocam nestes momentos cruciais e para percebermos onde devemos "arriscar", devemos parar e colocar-nos algumas questões:
1. Porque é que as nossas acções individuais produzem resultados colectivos em que tão poucos se revêm?
2. O que nos mantém ainda presos a formas obsoletas de agir?
3. O que podemos fazer para transformar as causas do que hoje nos limita em padrões que pertencem ao passado?
Na resposta a estas questões iremos provavelmente deparar-nos com crenças em seres mitológicos sobrenaturais (religião), modelos de organização social anacrónicos (política) ou em sistemas que nos afastam das principais fontes de vida (economia).
Consideremos o afastamento, a que somos violentamente estimulados a viver, das princupais fontes de vida: ecológica, social e espiritual.
Deixámos de ouvir a natureza e passámos a sobre-explorar o planeta a um ritmo que é hoje quase o dobro do ritmo máximo de regeneração dos seus recursos.
Permitimos que, numa época em que a tecnologia impera, os filhos vivam cada vez pior do que os seus pais e que cresça a pobreza, a desigualdade, a xenofobia e os extremismos.
Já o afastamento do espiritual se manifesta por cada vez mais casos de stress, burnout e depressão, bem como pela distância cada vez maior entre PIB e qualidade de vida.
Como enorme equipa humana que somos, estamos cada vez mais frágeis.
Como enorme equipa humana que somos, estamos cada vez mais longe das outras equipas que nos podem ajudar a sobreviver.
Como enorme equipa humana que somos, cabe-nos entender que o egossistema que somos hoje é incompatível com o ecossistema que teremos que ser.
Teremos que fazer agora escolhas muito difíceis.
Escolhas que os nossos antepassados souberam fazer com lucidez e harmonia.
Escolhas que nos afastem decisivamente dos actuais paradigmas religiosos, políticos e conómicos que nos conduziram até aqui, à beirinha desta falésia.
E tu, que respostas encontras para as questões que sugerimos?
Que soluções preconizas para que deixemos de ser um egossistema e passemos a ser um verdadeiro ecossistema?
Muito Obrigado e... Muda O Teu Jogo!
www.mudaoteujogo.pt
e·go |é|
(latim ego, eu)
substantivo masculino
1. [Psicologia ] Na teoria freudiana, a personalidade psíquica do indivíduo, de que este está consciente e que exerce a função de controlo sobre o seu comportamento.
2. Núcleo da personalidade do indivíduo.
3. Conceito que o indivíduo tem de si mesmo.
4. Consideração ou apreço exagerado que alguém tem por si mesmo. = EGOTISMO
eco- 1
(grego oíkos, -ou, casa, habitação, bens)
prefixo
1. Exprime a noção de casa, domicílio.
2. Exprime a noção de meio ambiente, ecologia (ex.: ecocentro).
cri·se 1
(latim crisis, -is, do grego krísis, -eós,acto de separar, decisão, julgamento, evento, momento decisivo)
(latim crisis, -is, do grego krísis, -eós,
substantivo feminino
1. [Medicina ] Mudança súbita ou agravamento que sobrevém no curso de uma doença aguda (ex.: crise cardíaca; crise de epilepsia).
2. Manifestação súbita de um estado emocional (ex.: crise de choro; crise nervosa). = ACESSO, ATAQUE
3. Conjuntura ou momento perigoso, difícil ou decisivo.
4. Falta de alguma coisa considerada importante (ex.: crise de emprego; crise de valores).
5. Embaraço na marcha regular dos negócios.
6. Desacordo ou perturbação que obriga instituição ou organismo a recompor-se ou a demitir-se.
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.
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